Vale a pena ler o que disse, em
sessão plenária, o mais antigo ministro do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, Ministro CELSO DE MELLO:
“Os meios de comunicação revelaram, ontem, que conhecida figura política de
nosso País, em diálogo telefônico com terceira pessoa, ofendeu, gravemente, a dignidade
institucional do Poder Judiciário, imputando a este Tribunal a grosseira e injusta qualificação de
ser "uma Suprema Corte totalmente
acovardada"!
Esse insulto ao Poder Judiciário, além de absolutamente inaceitável e passível da mais veemente repulsa por parte desta Corte
Suprema, traduz, no presente
contexto da profunda crise moral que envolve os altos escalões da República,
reação torpe e indigna, típica
de mentes autocráticas e arrogantes que não conseguem esconder, até mesmo em razão do primarismo de
seu gesto leviano e irresponsável, o temor pela prevalência do império da lei e o receio pela atuação firme, justa, impessoal e isenta de Juízes livres e independentes, que
tanto honram a Magistratura brasileira e que não hesitarão, observados
os grandes princípios consagrados pelo regime democrático e respeitada a
garantia constitucional do devido processo legal, em fazer recair sobre
aqueles considerados culpados, em
regular processo judicial, todo o peso e toda a autoridade das
leis criminais de nosso País!
A República, Senhor Presidente, além de não admitir privilégios, repudia
a outorga de favores especiais e
rejeita a concessão de tratamentos
diferenciados aos detentores do poder ou a quem quer que seja.
Por isso, Senhor
Presidente, cumpre não desconhecer que o dogma da isonomia, que constitui uma das mais expressivas virtudes
republicanas, a todos iguala, governantes e governados, sem qualquer distinção, indicando
que ninguém, absolutamente ninguém,
está acima da autoridade das leis e da Constituição de nosso
País, a significar que condutas
criminosas perpetradas à sombra do Poder jamais serão toleradas, e
os agentes que as houverem praticado, posicionados, ou não,
nas culminâncias da hierarquia governamental, serão punidos por seu Juiz natural na exata
medida e na justa extensão de sua responsabilidade criminal.”
Ministro Celso de Mello
2 comentários:
Quando estamos tão desmoralizados, sentindo vergonha de sermos brasileiros,ridicularizados em países do primeiro mundo, surge vozes que nos dão um novo alento nas nossas esperanças de deixamos a nossos filhos e netos, um país mais justo e humano. Não há brasileiro, de boa índole, que não sinta repulsa e desespero na atual situação, milhões perdem a dignidade do emprego, outros perdem a saúde, muito mais perdem a segurança, mas quando perdemos tudo isso ao mesmo tempo, sentimos que é hora do basta, já não dá para esperar mais. Mas precisamos nós, mudarmos nossas atitudes e passarmos a exigir mais seriedade em nossa família, na nossa comunidade, os tempos do jeitinho também devem ser abolidos, pois não acredito em mudança, sem primeiro, nós também mudarmos.
Oportuno e verdadeiro teu comentário, pois a degradação moral nos está levando rumo à desagregação social. Mas que precisamos começar a mudar, precisamos, independentemente de ordem e prioridades, e se o andar de cima começar a mudar e dar exemplo, pela mobilização da sociedade, o andar de baixo seguirá essa mudança. O que não podemos é continuar omissos, passivos, mansos e tolerantes. Abraço
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