Sem
dúvida todos sabemos que a natureza é indomável - ventos, chuvas, estiagens,
inundações, calor escaldante ou frio congelante, são fenômenos que não
conseguimos impedir ou controlar.
Mas
em Novo Hamburgo essas forças da natureza têm um aliado exemplar - o despreparo,
a ineficiência, e a improvisação do governo da cidade em prevenir e minimizar
os efeitos dessas intempéries.
Pelo
contrário, a impermeabilização de parcela expressiva do território hamburguense
pelo asfalto, o entulhamento das redes de escoamento pluvial, a falta de poda ecológica
de árvores, e a total ausência de planejamento preventivo, agravam, e muito, os
efeitos desses fenômenos da natureza, além de danos tanto ao patrimônio público
quanto ao patrimônio privado.
E o
cidadão, refém do poder público municipal, sequer pode reclamar aos bispos,
porque tampouco estes dispõem de meios de intervir, senão rezar !
Os
fatos são divulgados pela imprensa, e só assim ficamos sabendo da extensão dos
danos, de protestos, bloqueios de ruas, manifestações de donas de casa que,
voltando do trabalho para o terceiro turno, encontram seus móveis,
eletrodomésticos, eletrônicos, roupas e demais pertences, encharcados,
inutilizados, ou alimentos apodrecendo por falta de luz.
A
Prefeitura diz que a culpa dessas inundações é da própria população, que larga
lixo nas calçadas e no meio-fio das ruas, entulhando as chamadas
"bocas-de-lobo", canalizações pluviais e até riachos e arroios.
É
verdade. Muitos de nós simplesmente descartamos nossos lixos em vias públicas e
em locais totalmente impróprios.
Mas
isso não é desculpa para a Prefeitura deixar de realizar mutirões emergenciais
para desobstruir canalizações e canais, para podar as árvores existentes sob a
rede de energia elétrica, ou de desassorear riachos e arroios.
E
promover campanhas permanentes de conscientização da população, aproveitando,
por exemplo, a própria estrutura de distribuição domiciliar das contas de luz e
de água, sem custos, pois isso interessa às próprias concessionárias.
Mas,
fundamentalmente, a Prefeitura necessita planejamento e concretude, atuando de
forma preventiva e continuada nestas ações, de sorte a, nos temporais que virão
- e eles acontecem desde que o mundo é mundo - ocorrerem menos danos à vida e
ao patrimônio de todos nós.
Chega
de somente agir quando as águas invadem nossas residências, ou quando as
árvores derrubadas pelo vento nos deixam sem energia elétrica.
É
preciso atuação preventiva, porque, sabidamente, novas tempestades virão, e com
elas ventos e chuvas.
Chega
de só remediar e culpar o excesso de ventos ou chuvas, ou de responsabilizar a
população.
Nossos
governantes talvez não tenham a exata dimensão da dor e dos danos que esta
população sofre pela verdadeiro descaso da Prefeitura, já que muitos desses
dirigentes, ao final do expediente, ou nos fins-de-semana, voltam para suas residências
em Porto Alegre, Sapiranga, Santa Cruz, São Leopoldo, ou Igrejinha.
Mas,
enquanto a Prefeitura não mostrar eficiência e atuação modo preventivo, as inundações, os alagamentos, a falta de
luz, os protestos populares, e os bloqueios de ruas continuarão, motivadamente.
E, quanto isso, o cidadão continuará
refém dessa omissão, ou seja, a sociedade que se lixe !
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