O COMODISMO INCÔMODO

Nós brasileiros somos acomodados mesmo.

Diariamente assistimos pela televisão ou pelos jornais, notícias de maracutaias, de abusos de poder, de desvios de dinheiro público, e outras malversações tantas.

E o que é pior, constatamos que apesar de todas essas notícias e reportagens, nada acontece.

Continuamos aceitando esses todos malfeitos, mansamente, como se nada disso tivesse a ver conosco.

Nesta semana, enquanto assistia o programa político do PT em cadeia nacional, entremeado com as notícias dos telejornais, tentei, verdadeiramente tentei enxergar o país maravilhoso que a propaganda do PT dizia ser o Brasil.

Mas o noticiário da televisão teimou em mostrar e demonstrar que a realidade brasileira passou a ser bem outra, e lembrei da propaganda política do PT nas eleições de 2014. 

Um país esfarelado pela degradação moral, em ritmo de recessão, num desenvolvimento travado, em crise econômica continuada e sem precedentes.

Enquanto alguns agentes políticos pensam no próprio umbigo, enquanto o governo faz e desfaz o que quer como bem quer, todo o custo de seus próprios erros acaba sendo jogado no colo da sociedade.

E o que é pior – o próprio governo confessa que errou e ainda assim transfere para a sociedade a responsabilidade de recuperar a economia, de suportar as consequências desses desmandos, dos descontroles, e até dos chamados malfeitos, como se a culpa fosse nossa. 

E nós todos a tudo assistimos, passivamente, com raras e honrosas exceções.

Que país é este em que o futuro ontem almejado se transformou num presente tenebroso, convertido num mar de lama, malcheiroso, de conchavos, de corrupção deslavada, sem esperança.

Precisamos sim nos alevantar, não apenas reclamando dos nossos governantes e parlamentares pelas redes sociais, mas igualmente nos mobilizando, reunindo sindicatos, entidades empresariais, federações, trabalhadores, organizações sociais, e principalmente a própria população, pois o que se avizinha será mais grave ainda e certamente acabará comprometendo mais a renda e o salário de todos nós.

Vêm pela frente mais aumentos nos preços dos combustíveis, do gás de cozinha, da energia elétrica, e que afetarão todas as classes sociais, principalmente os menos favorecidos.

Mais e novos aumentos de tributos irão se refletir no preço dos fretes, nas tarifas dos transportes coletivos, e, sem sombra de dúvidas, nos medicamentos, nos alimentos, nos artigos de primeira necessidade, e demais bens de consumo.

Muito se diz que não existe almoço grátis, o que é verdadeiro, mas a ruína da economia brasileira, sem controle e sem rumo, acabará por tornar o almoço de cada dia mais caro.

Basta de mansidão.

É preciso que a sociedade, livremente organizada, tenha força para levantar a voz e resgatar o respeito à ética, enfrentar a degradação moral, buscar maior justiça tributária e, principalmente, equidade social.

Chega de assistir a justiça julgando de costas para a sociedade, chega de assistir o parlamento legislando de costas para a sociedade, chega de assistir o governo governando de costas para a sociedade.

Chega de servilismo, chega de cômoda omissão. 

O Brasil real, o Brasil das cidades e dos campos, onde a vida realmente acontece, onde todos nós vivemos, precisa se alevantar, pois ao fim e ao cabo, quem paga a conta somos nós.

Precisamos ir para as ruas, tal como já fizemos no passado, pois é a única maneira de começar a mudar o futuro.

Pensem nisso !