sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A TRISTE INCAPACIDADE DE UMA PREFEITURA EM DESENVOLVER UM POLO INDUSTRIAL



O Jornal NH noticiou, hoje, o esforço da Prefeitura de Taquara em trazer para aquela cidade a nova fábrica da Bebidas Fruki, que detêm fatias importantes no mercado de água mineral, refrigerantes e cervejas. Igual matéria já tinha sido noticiada pelo Jornal NH em junho de 2014.

Mas Novo Hamburgo continua sem ter vontade política real em implantar um polo industrial na cidade.

Na década de 1970 chegaram a iniciar algumas desapropriações de glebas situadas em Lomba Grande, mas o projeto feneceu, exatamente por falta de vontade política.

A Prefeitura chegou a vender para um fabricante de Coca-Cola uma grande gleba na ERS 230, mas os mananciais d’água prospectados não atendiam a vazão e a pureza necessárias, e a venda foi desfeita. Hoje, ali, está a Universidade FEEVALE.

Certo, perdemos uma indústria, mas ganhamos uma baita universidade !

A Prefeitura vem divulgando sua participação em feiras calçadistas, através de espaços coletivos, talqualmente o faz a ACI em parceria com o Governo do Estado há mais de 20 anos, contemplando fabricantes de calçados e acessórios.

Mas o propalado distrito industrial de Novo Hamburgo continua no papel, sai prefeito entra prefeito, desde pelo menos 1977.

A Prefeitura chegou a divulgar, tempos atrás, que iria desenvolver um polo industrial em gleba próxima ao Aero Clube.

Mas, até agora, nada !

Enquanto isso, ao longo destes 40 anos, as cidades próximas – São Leopoldo, Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha, Campo Bom, e até Canoas, dentre outras – já tem implantado, ou pelo menos em fase de implantação, seus polos industriais, alguns com invejável sucesso, como é o caso da fábrica da General Motors – GM, e suas indústrias satélites.

E Novo Hamburgo, até agora, nada !

A Prefeitura divulga em suas propagandas a frase “Novas Conquistas – Nova Cidade”. Bah, do jeito que a coisa anda, só com um “Novo Prefeito”.

E não se diga que a cidade não possui glebas apropriadas para isso – só no Bairro Boa Saúde existem mais de 600 hectares sem utilização efetiva, e em Lomba Grande existem muitos, mas muitos mais espaços.

E, além de terras, também existem inúmeros meios legais e econômicos que permitiriam iniciar a implantação de um verdadeiro polo industrial em Novo Hamburgo.

Voltamos para o começo deste comentário – o que falta, em verdade, é vontade política concreta em implantar um polo industrial para a cidade.

Mas o pior de tudo é que, ao longo dos últimos anos, sempre que se pergunta num Posto Ipiranga onde fica determinada empresa, o que se ouve é que “mudou-se para outra cidade”, ficando Novo Hamburgo com o apelido da cidade “lá tinha”.

Por isso é triste assistir a incapacidade da Prefeitura em promover o desenvolvimento econômico da nossa cidade, que deixou no passado sua grandeza e sua imensa capacidade de avançar e inovar, e que verdadeiramente possa assegurar um “Novo Futuro” para a Novo Hamburgo.

Pensem nisso !

2 comentários:

Unknown disse...

Amigo Ruy Noronha e demais amigos leitores deste Blog. Vivemos uma era de descontinuidade e de paradoxos e os Governos- Federal- Estaduais e Municipais não compreenderam a necessidade de mudanças que se faz a nível de posicionamento frente à questão da geração de trabalho. Refiro-me a geração de trabalho por que o "emprego" está desaparecendo,e desaparecerá da face dos continentes permanecendo, entretanto o "TRABALHO"nas suas mais diversas formas seja como parcerias, seja como livre iniciativa. Os Governos continuam achando que seu papel não tem nada a ver com a possibilidade de gerar trabalho, o que antigamente se dizia"emprego e geração de renda" mas que deve sim continuar cobrando impostos, gerar "cabides de emprego" e deixar para a iniciativa privada toda a responsabilidade na obtenção de melhor qualidade de vida, renda per capita etc.etc. Os tempos mudaram e os Governos, principalmente os Municipais devem sim votar-se com urgência para a geração de "OPORTUNIDADES", a melhor forma de combater as sub-formas de vida, o aumento da criminalidade e da insegurança que estão diretamente relacionadas à falta de trabalho. Eu disse "de trabalho" e não de "emprego". Um abraço Ruy e parabéns pelas suas iniativas.

Anônimo disse...

Che... que Novo Hamburgo poderia diversificar a sua base industrial com o intuito de a cidade sofrer menos com as oscilações da monocultura do calçado, isso é tão básico que se perdeu nos momentos de lucratividade/euforia do calçado.
Mas querer sediar uma empresa que necessita de água em abundância e de qualidade não é acerto algum para uma cidade que há muitos anos recebia uma água com nível de qualidade (ali na altura do bairro Porto Blos, em Campo Bom) duvidosa para o consumo humano, mas como ao se filtrar a água, metais pesados ou simplesmente tóxicos como o cromo, sais de tratamentos galvânicos, pesticidas (melhor dizendo: defensivos agrícolas) usados na agricultura, esgoto cloacal não tratado e por aí vai, .... e só pegar a cabeceira do Rio dos Sinos e ver o que cai nele.
Outro fator problemático a ser considerado é decorrente do próprio sucesso do calçado. Este final de semana fui numa cidade de economia lastreada na área da metal/mecânica e digo: um trabalhador daquela área trabalha no calçado com pouca dificuldade, mas o contrário é muito mais difícil, pois aquele sabe, no mínimo mais matemática - tem capacidade para compreender informação abstrata ou fazer uma abstração e ainda pode ler uma planta, aliás um desenho mecânico, já o daqui...
A parte rica da cidade deve decidir, se já não decidiu, se prefere continuar vivendo trancada em sua fortuna ou passa a compartilhar infraestrutura para parcela da cidade que colaborou com sua riqueza.
Não é, no mínimo para se dizer, cristão o que a prosperidade do calçado fez com a cidade, ao termos uma Maurício Cardoso de um lado e de outros... locais tal qual a vila Kipling-Canudos, a rua da Divisa/Santo Afonso, e acreditem Senhores e Senhoras, existem locais com infraestrutura e saneamento, piores. As pessoas que lá moram não são bandidos, muitos são pessoas que trabalharam e as administrações anteriores, TODAS, não se lembraram de quem lá morava e ainda more, foi seu colaborador, mas só o salário, não era o que mereciam, mereciam e MERECEM ser tratados como munícipes da cidade. Quem sabe, assim, esta cidade poderia ter menos grades, cercas, etc.